domingo, agosto 09, 2009

Escolhas

Estou em crise. Nem mesmo escrever eu consigo. Colocar tudo o que eu estou sentindo e vivendo em palavras, caracteres ou letras é difícil. A velocidade em que os pensamentos surgem, as frustrações aparecem, as dores latejam é extremamente veloz e os dedos das mãos, estejam eles segurando uma caneta sobre uma folha de papel ou em cima de teclas negras de um teclado velho, não acompanham.

 

Tentei pensar em cada palavra, cada vírgula para traduzir o que eu não consigo dizer. Formei um texto perfeito, lindo, tão bom que se eu publicasse viraria um best-seller. Mas palavras na minha mente são fugazes como um frio no estômago. Você sente, sabe porque sentiu mas quando percebe não há mais do que uma vaga fraqueza na alma. Escrever é bom, ao mesmo tempo é frustrante.

 

Acho que já fugi do assunto principal o suficiente, vamos à análise da situação. Para começar vamos fazer as devidas apresentações. Meu nome é Deborah, tenho 20 anos e um monte de sonhos. Me sinto quase todo tempo fora de mim, desse mundo, basicamente deslocada. Tenho poucos amigos, muitos conhecidos e uma vida pacata. Saio pouco e odeio quase tudo. Tenho mania de grandeza, sou perfeccionista, extremamente sincera e crítica. O mais importante, sou frustrada. O meu principal motivo: o futuro.

 

Todo mundo adora dizer que o ser humano tem essa preocupação de saber de onde veio, para onde vai, simplificando, qual é o sentido da vida. Acho isso bem bobagem. Não convém explicar no momento. Mas o que me intriga é a necessidade que termos de fazer o hoje e pensar no amanhã. Não que eu não goste disso, a verdade é que eu adoro. Adoro fazer planos, pensar no que vou fazer, cronometrar meus passos. O que eu odeio, o que me frustra é saber que isso é tudo em vão. Uma ilusão.

 

O fato é que fiz escolhas para o meu futuro sem pensar bem nas consequências. Escolhi e, determinadamente, busquei o que queria. E consegui. Depois de conseguir me vi perdida em um futuro que não desejei, e indo em uma direção que não desejo ir, sendo apenas levada pelas más escolhas. Parar e mudar de direção seria uma drástica mudança, alterando não só a minha vida e meu futuro, mas de outros que se importam comigo. E eu também me importo com eles; ao parar e pensar bastante, descobri que estou presa numa armadilha feita pelas minhas próprias mãos.

 

Fugir? Não, não há fuga. Não se pode fugir de si mesmo. Viver [ou seria sobreviver?] com essas consequências é a minha sina. Eu só espero que as marcas que sugirão nesse percusso tortuoso e longo se curem antes que a minha esperança de realizar os meus verdadeiros [ou não] sonhos se acabe.

 

 

P.S.: Desculpe a depressividade e a extensão desse post. Ah, é bom estar de volta.